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pão de queijo da vovó pipida

maio 29, 2014

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Eu já falei inúmeras vezes aqui da minha avó materna. Quando pequeno, passei inúmeras tardes vendo ela fazer muitas quitandas, roscas, bolos, doces e claro, pão de queijo. Minha avó foi uma pessoa muito querida, que cuidou muito de uma família bem grande e era conhecida por ter um coração enorme. Não tinha quem não achasse as quitandas dela as melhores, e ela sempre fazia quantidades enormes pra que muita gente as pudesse comer. Foi com ela que comecei a cozinhar, mesmo que eu tivesse muita dificuldade de reproduzir tudo já que ela tinha todas as medidas no olho mesmo! Não me esqueço de alguns detalhes da cozinha dela: ela colhia uma rosa ou duas, colocava dentro de um copo americano com água e punha num cantinho da pia pra enfeitar a cozinha. Colocava seu avental sempre e sempre tinha um pano de prato secando pendurado na porta do fogão. É, tem coisas que a gente nunca esquece mesmo.

250ml (1 xícara) de água

250ml (1 xícara) de leite

250ml (1 xícara) de óleo de canola

600g de queijo minas meia cura (canastra)

1 colher (sopa) de sal

1kg de polvilho azedo

6 ovos

Antes de mais nada, rale o queijo em ralo grosso, antes de começar. Ele ralado na hora dá outro sabor! Reserve. Comece o preparo em si fazendo algo que minha vó dizia ser o segredo dela: Espalhe o polvilho sobre uma superfície, ou uma grande bacia. Molhe com a água em temperatura ambiente. É isso que vai ajudar a hidratar o polvilho. Depois de espalhar a água, vá sovando com as duas mãos pra desmanchar todas as pedrinhas que se formam. O objetivo é voltar o polvilho ao original, mas que ele esteja úmido.

Leve o leite ao fogo junto com o óleo. Assim que ferver desligue. Com esse líquido, regue novamente o polvilho, tomando cuidado pra não fazer muita bagunça! Aos poucos, com a mão mesmo (e tomando cuidado pois está quente), comece a misturar e sovar. É nessa hora que começa a tomar consistência de massa. Assim que estiver uma massa branca bem quebradiça, é hora de adicionar os ovos. Vá fazendo isso um a um, e sovando pra incorporar. É muito melequento mesmo! Por último junte o queijo ralado, e sove um pouco mais. A massa fica bastante grudenta. Varia um pouco com o clima: Se estiver seco e quente, provavelmente ela vai ficar no ponto. Se estiver chuvoso e mais frio ela deve fica mais grudenta e levemente mole mesmo, mas não tem problema. Se achar que está ficando muito mole, coloque um ovo a menos; se estiver muito seca, adicione um pouco de leite. É um pouco na base do bom senso.

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Lave bem as mãos e passe um pouco de óleo nelas pra fazer as bolinhas, e repasse mais óleo assim que observar que está ficando grudento. Essa receita rende cerca de 80 pães de queijo no formato tradicional. Mesmo que seja muito, prefiro fazer de uma vez e congelar o que não for comer no dia. Basta fazer todas as bolinhas, colocar uma ao lado da outra numa assadeira (não precisa dar muito espaço, já que não vai ser assado e nem crescer) e levar ao freezer. Umas 2 horas depois retire todas as bolinhas já duras e congeladas e coloque em saquinhos.

Para assar: Tem gente que prefere assar em fogo baixo. Eu uso a mesma técnica da minha avó: Coloco o forno a 220º C, previamente aquecido! Deixo por 20 minutos nessa temperatura e depois baixo para cerca de 190º C por mais 10 minutos. Assim ele cresce bem, não resseca, fica levemente massudo com pedaços de queijo derretido por dentro e uma casquinha crocante e toda cheia de pintinhas alaranjadas do queijo que derreteu ali. Pra mim, lanche da tarde melhor não há: café e pão de queijo. Afinal de contas sou mineiro, né?

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